terça-feira, 30 de agosto de 2011

Sétima Internação (# `,´#)

Uma das primeiras coisas que fiz depois da alta, foi ir á igreja, e agradecer á Deus lá na casa dele, foi emocionante, me ajoelhar e agradecer sem parar, por tudo, por cada momento vivido até alí, agradecer por eu permanecer nele e ele em mim. Agradecer é uma forma de dizer, "mais uma vez o senhor acertou, parabéns", agradecer pelas dificuldades, e por eu ter conseguido ultrapassar essas dificuldades com fé, agradecer por ter me dado forças por eu estar ali, e com forças para eu ainda lutar.
Depois que você perde coordenação, os músculos, o peso, a motricidade, levantar, mas Deus me dava forças, um sacrifício subir escadas, caminhar, levantar do colchão. Dormia com minha mãe o tempo todo de mãos dadas, e a cada crise, acendiam as luzes e ficavam insistindo até eu voltar, e quando eu voltava ficavam conversando até eu saber onde eu estava quem era eu, e me faziam inúmeras perguntas, mas a gente ia caminhando, ou melhor, "engatinhando" nessa nova fase da vida, quando tinha na rua, fora de casa, era um escândalo, por parte de outras pessoas claro, que falavam muitas barbaridades, mas sempre tive em mente são LEIGOS, não entendem, eles vão julgar apontar, ficar com medo, passar e não dar atenção,  e eu só tenho que ser forte pra aceitar isso tudo.
Um mês tranqüilo até que começa uma diarréia sem controle, e vômito tudo de novo (odeio vomitar, no começo eu chorava enquanto passava mal), mas estava acostumada agora, toda vez era assim, todo mês acontecia algo, todo mês eu estava internada, e para ficar prático minha malinha ficava pré-montada, e às vezes nem dava tempo de desmontar pra voltar, passei três dias de cama, muito ruim, mas falando que jamais voltaria ao hospital, até um dia que sem forças meu pai me pegou nos braços, me colocou no carro e me levou até um  outro hospital, Hospital Santa Virgínea, a mesma paixão que eu tenho pelo Santa Marcelina ele tem por esse, (muitas vezes lá no Marcelina, falava em me transferir, pra esse, pro sírio libanês, Albert Ainstein, e eu nunca aceitei, e dizia de lá eu não saio), mas dessa vez tentei fazer a vontade dele, na verdade nem dei palpite (sem forças).
Chegando ao hospital assim que deram entrada, já me colocaram na observação, e em meio à diarréia, vômitos e crises, fiz exames de urina, que deu uma super alteração novamente, Dr. Rafael, meu gastro favorito, assim que viu pediu minha internação com o acompanhamento de Dr. Pacca nefrologista, lá fora minha mãe e meu pai estavam discutindo o melhor momento de me dar a noticia da internação, quando a auxiliar passa e fala Grazi vamos tirar o soro, por que você vai subir pro quarto, minha irmã deu um grito, NÃO, não era pra contar, dei um sorriso e falei relaxa, eu já esperava por isso Flá. A auxiliar ficou tentando se desculpar, coitada...
Essa internação foi tranqüila, quando tinha crises minha mãe não chamava ninguém, e nós mesmos controlávamos, eu não falava com ninguém, não queria amizades, o meu lugar era o SANTA MARCELINA, e lá estavam meus amigos, e quando meu pai chegava (fazia cara feia, e pedia pra sair de lá), depois de alguns dias a medicação iniciou a alergia, e então sem tratamento voltei para casa, não havia outro antibiótico que mataria a bactéria, resolvemos sair de lá o mais rápido possível, antes que a coisa ficasse pior, as crises estavam mais intensas, e com tempo menor entre elas, voltamos para casa decepcionados, mas com fé.  No outro dia a urina parou de arder, e já não havia mais diarréia, tomava bastante líquido, e fiquei boa sozinha (mocinha comportada, como diz minha mãe).
Mais um processo finalizado, Graças a Deus, mas uma meta cumprida, mais uma missão feita, e apesar dos pesares, eu estava radiantemente feliz, com o que Deus havia me mostrado até alí.
Voltei para mais duas aulas, e então finalizei a faculdade.
Na colação me emocionei horrores, minha família também claro, meu professor Leandro me esperou na escada, e me acompanhou até no palco para receber o diploma, e deu tudo certo, ele foi embora e eu nem vi, ligamos pra ele, e ele voltou, eu entreguei um presentinho e uma carta, que dizia o tamanho da importância que ele teve naquele processo, ele me disse que eu fui a aluna que mais dei trabalho pra ele, mas que foi um trabalho diferente, por que eu era uma aluna muito estudiosa, meiga, e muito comportada, mas que o trabalho que dei para me formar foi muito, mas ele disse que lutou comigo por conta própria, e por que sabia que eu estaria alí naquela noite. Ele com certeza fez  parte da minha vitória, e faz parte da minha vida. Eternamente grata  professor! ; D
Saímos de lá, e fomos todos, comer fora, em uma pizzaria, cada um com suas respectivas famílias, eu e minhas amigas...
E então chega final de ano, natal, ano novo, e tudo é pura festa, aquele clima gostoso de natal, levei presentinhos pros meus enfermeiros lindos, e a festa foi na minha vó, pura felicidade, e muita oração, e agradecimentos, magnífico passar o natal com a família como todos os anos!

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