quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Quarta Internação +O+

No quarto tudo é mais tranqüilo, mais bonito, lá na UTI sem janela sonhava em ver a sacada, agora já havia iniciado as aulas, meus amigos todos iam me ver sempre, a Barbara passava a tarde comigo, comprava geléia, pão de queijo, todinho HUM... Fora que sem aquela barulheira toda ( Piii, Piii, insufla e desenflua o braço), me irritava, estava bem melhor respirando melhor, e agora só as medicações de horario, e inalação, um antibiótico a mais por conta da pneumonia... a fisio ia andar comigo, e depois eram só risadas, a primeira noite ainda estava atordoada, com medo, queria minha mãe a toda hora, é normal depois de dias tendo horários para vê la mas estava tudo tranquilo, apesar de inúmeras crises por dia, e as alergias que ainda estavam lá, a coisas se complicavam a cada dia, e a gente foi vendo o que uma convulsão causou, os médicos já não sabia o que fazer Dr. Julho estava perdido, e os outros médicos também, trocava a medicação e dava alergia, ai entrava com fernegam, e corticóide o tempo todo, e assim foi indo o mais um mês...a dermatologista enfim apareceu, uma amor, já conhecia minha mãe e disse para eu ficar tranquila que estava fazendo um Pilling, que é um privilégio brincando (apesar da gravidade), por que dentro tbm estava no mesmo processo, estomago, fígado...ela foi embora, e ligou a noite em meu quarto, falou com minha mãe que tinha tomado uma dimensão muito grande tudo isso, que ela tinha ido embora pensando em mim, para minha mãe procurar um neurologista de fora para vir avaliar, já que lá não davam jeito, depois da UTI todo dia tinha reuniões com meus pais, minha mãe brigou ligou para a freira chefe do hospital, e foram fazer reuniões, eles explicavam que o caso era mais complicado do que grave, eles estavam tentando de tudo, mas infelizmente meu corpo não estava aceitando medicação alguma e no período de troca de medicação as crises aumentavam ( o que já era esperado, segundo eles). Mas meus pais já não aceitavam situações assim, e apesar de me tratar com carinho e sorrisos, eu enxergava neles o desespero, tudo era causa de crise, a irritabilidade, o nervoso, a felicidade intensa, qualquer emoção era exposta em crises, e então conforme decisão médica foi proibida as visitas, por que visitar me traziam todas essas emoções juntas, á não ser a família mesmo, mãe, pai, namorado, irmã, e vó...
Em umas das visitas, Dr. Julio decide trocar minha medicação por outras duas, ai conversamos e perguntamos, se eu tivesse alergia se ele saberia qual das medicações teria dado a alergia, e ele disse que não saberia mas que era procedimento, compreendemos, e ai aceitamos a tal troca, ele disse que tinha apenas 03% de chance de ter alergia com essas novas medicações, na parte da tarde ele voltou, e eu o informei que meus braços estavam começando a ficar vermelho, ele da porta falou que minha pele estava ótima, aquela noite foi terrível, as 22:00 começou a febre, fui tomar banho e meu corpo já apresentava manchas tudo novamente, começava pelos braços e ia se espalhando até lá nos pés, iniciava tudo de novo pela 5° vez, naquela noite uma sexta feira não havia neurologista no hospital, entramos em desespero, só os neurologistas sabiam o que fazer, foi uma correria a enfermeira Vanessa correu o plantão todo, desceu 2 vezes no pronto-socorro atrás de médico, e as 4:00 da manhã apareceu uma infectologista e prescreveu mais um Fernegam... De madrugada eu de pé, tomando uma baita injeção dolorida...
No outro dia logo cedo, minha mãe estava atacada, ligou para a irmã responsável, e buscou todos os neurologistas do hospital, e quando acordei tinha uma nuvem branca dentro do meu quarto todos em volta da minha cama discutindo todos os erros, e os acertos, o que fazer e o que não fazer. Todos os dias passavam muitos neurologistas para avaliar de todas as formas e crises e mais crises.
Sai um dia com meu namorado fui passear saímos do quarto para dar uma volta, e ai quando sentei no sofá uma baita crise, a moça da farmácia quando viu por nervoso acabou se cortando, a Verô saiu correndo e me levou para o quarto, e todo dia eram vários sustos assim. A turma da faculdade não era proibida de ir me ver, e todo dia tinha um lá fazendo festa, me alegravam, era uma festa, fazendo exames, era uma festa para tomar banho, o quarto mitas vezes lotavam com eles todos conversando, e a Amadinha ( auxiliar) vinha dar broncas na gente (rs)... Apesar de tudo era bom saber que tinha pessoas alí por perto... Mas tinha que ser tudo muito rápido, para nada atrapalhar o processo e meio escondido também, poderia entrar 5 pessoas e entravam sempre 9 ou 10 pessoas...Obrigada turminha...
Depois que passamos por problemas assim, deixamos de dar valor apenas a aparecia, deixamos de brigar por bobeira, e eu nunca perguntei o que ele fez naqueles dias que eu estava desacordada, antes eu sabia tudo o que ele fazia o tempo todo, e de que adiantava? Desconfiava tanto de alguém que esbanjava amor, quem ama não trai, não abandona não esquece. O amor vai além das palavras vai além de beijos e abraços, o amor está em pequenas coisas. Por que quando meu coração acelerava  ele ficava todo feliz...
Bom  emagreci demais, afinal na UTI era tudo por sonda, e por um bom tempo era NPP, tudo na veia por medo de alergias, como a médica dizia "tenho medo de dar água pra Grazi"... Magrinha e toda vermelhinha hehe, porém inchada, corticóide faz isso mesmo. Mas o que importava mesmo era ter meus pais por perto, que a partir daí dormiam comigo, revezando enquanto um dormia o outro ficava acordada, e na vez do meu pai ficar acordado, ficava jogando na televisão e acabava capotando ( coitado), acordava com minha mãe brigando com ele...judiação, as vezes ficava minha irmã tbm, e a Andréia amiga da família...
E mais uma vez só temos a agradecer a Deus por dias difíceis seriam transformados em sorrisos...

Nenhum comentário:

Postar um comentário